Acabo de receber o Relatório Anual Natura 2009, que aponta resultados bastante expressivos da empresa. A se destacar, as inúmeras ações de responsabilidade socioambiental desenvolvidas pela companhia brasileira - notadamente reconhecida por seu respeito à natureza e à cultura regional.
Além da geração de emprego e renda, a Natura também destaca em seu relatório as discussões iniciais sobre implantação do índice de Felicidade Interna Bruta (FIB), que incorpora uma série de elementos atualmente considerados, pela própria companhia, como inatingíveis, mas que estariam alinhados com a essência da empresa. O FIB baseia-se na crença de que o verdadeiro desenvolvimento da sociedade é mensurado a partir da análise de critérios que vão além dos indicadores da riqueza material de um país.
Para testar o caminho pioneiro de aplicação do FIB no ambiente corporativo, a Natura reuniu 50 colaboradores e voluntários e desenvolveu um trabalho em parceria com o Instituto Visão do Futuro, responsável por disseminar os princípios do FIB no Brasil. O objetivo para 2010 é integrar essa ação a um outro programa da empresa, estendendo essa experiência a um número bem maior de colaboradores.
Em tempo: os indicadores do FIB foram criados no Butão, para medir o bem-estar daquela nação. O índice envolve nove dimensões, a saber: bom padrão de vida econômica; boa governança; educação de qualidade; saúde; vitalidade comunitária; proteção ambiental; acesso à cultura; gerenciamento equilibrado do tempo; e bem-estar psicológico.
Porque a Natura é motivo de orgulho para o Brasil
Não bastassem os motivos puramente econômicos, com mais de um milhão de consultores e uma receita líquida de R$ 4,2 bilhões em 2009 (ano de crise internacional, lembram?), a qual representa um incremento de 18,6% em relação a 2008, a Natura aponta no relatório várias ações de responsabilidade socioambiental que são motivo de orgulho para o país.
Para a direção da empresa, tudo isso é resultado de um longo processo de amadurecimento, que resultou em um novo modelo de gestão. Em 2009, a Natura atingiu um lucro líquido de R$ 684 milhões, numa alta de 32,1% sobre o ano anterior, e conseguiu ampliar também a distribuição de riqueza para os públicos da companhia. Também foram mais eficientes na gestão ambiental, reduzindo em 5,2% as emissões relativas de gases de efeito estufa e compensando a emissão da cadeia por meio de apoio a projetos socioambientais.
Como contraponto para mostrar que mais avanços são necessários, a empresa registrou um aumento de 8,7% no consumo de água por unidade faturada – reduzir esse índice é um desafio a ser enfrentado neste ano. Além disso, a participação do refil de produtos ns itens faturados no Brasil ficou em 18,4% - abaixo da meta de 19%. Mais: o nível de serviço para os consultores ficou abaixo das expectativas. Não houve a evolução esperada em relação à qualidade da entrega dos produtos, seja em prazo ou disponibilidade.
As ações realizadas pela empresa em 2009 são inúmeras, mas destaco algumas, abaixo, que considero relevantes e servem de exemplo para muitos empresários que ainda estão fazendo negócios olhando apenas para o próprio umbigo.
Ações de destaque da Natura em 2009
- Lançamento do Projeto Trilhas, do Crer para Ver, em 210 municípios brasileiros, alcançando cerca de 200 mil alunos das escolas públicas. Esse projeto é uma tecnologia educacional, com um conjunto articulado de materiais desenvolvidos para apoiar o trabalho de professores e diretores de escolas públicas que atuam com crianças de 4 a 6 anos. A ideia é instrumentalizar os professores para que eles atuem na formação dos alunos em futuros leitores e escritores;
- Registro do melhor índice no uso de matérias-primas renováveis na fórmula dos produtos, o qual passou de 77,5%, em 2008, para os atuais 79,2%;
- Lançamento da linha Ekos Safra Açaí, que dissemina a conscientização em relação aos ciclos da natureza;
- Redução de 19% no consumo de energia por unidade faturada.
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