domingo, 22 de novembro de 2009

Reclame, grite, exija seus direitos!

Em João Pessoa, existe uma lei que determina que os supermercados precisam ter empacotadores.

Ótimo! O problema é que a maioria dos estabelecimentos não cumpre a legislação, e o resultado é que, vez ou outra, vejo-me em alguma fila enorme, com o próprio cliente tendo de colocar suas compras nas sacolas.

Já que é lei, sempre reclamo, afinal estou no meu direito. O operador do caixa? Sempre faz cara de paisagem e diz que eu preciso falar com o gerente, pois ele, o caixa, não tem nada a ver com aquilo.

Reclamo mais, e mais ainda, porém nada acontece. A cena só muda quando saco o telefone celular da bolsa e ligo para o jornal, pedindo para fazerem outra matéria dizendo que os supermercados da capital continuam a descumprir a “Lei do Empacotamento”...

O mesmo ocorre quando estou em fila de banco e passa do limite de espera estipulado pela “Lei das Filas”. Reclamo, reclamo, reclamo e não aparece ninguém para autorizar a abertura de um novo caixa.

E lá vou eu, de novo, tirar o celular da bolsa. Dessa vez, não ligo para a redação do jornal, mas diretamente para um amigo que trabalha no Procon. E ele manda uma equipe de fiscalização ao local, que pega meus dados (como denunciante) e vai acionar a gerência - um novo caixa é aberto. Quando tudo acaba, sempre pauto uma nova matéria sobre os abusos dos bancos...

Nas duas situações, tudo só se resolveu rápido, porque sou jornalista, sei o caminho das pedras, e dei uma “carteirada na cidadania”. Agora, o engraçado, é que, em ambas as situações, os estabelecimentos posam para a sociedade como cumpridores da lei, que desenvolvem ações de responsabilidade social et cétera, et cétera, et cétera.

E por que não cumprem com a legislação que lhes foi imposta logo? Por que só resolvem ser corretos quando são denunciados? Talvez fiquem nessa de “Anh, estão falando sobre mim, é?” porque a maioria dos cidadãos brasileiros não é educada para criticar, questionar, reclamar, exigir seus direitos.

Da próxima vez em que você sentir que está sendo ofendido no que lhe é caro como brasileiro, grite, reclame, exija! Pode ser estressante – e será. Mas ou a gente começa a gastar um pouco mais a garganta, ou vai continuar na fila da vida vendo o colega da frente ser desrespeitado.

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