Um projeto do Centro de Educação Popular e Formação Social da Paraíba que beneficia 400 famílias está entre os 24 finalistas da 5ª edição do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2009. A iniciativa ensina a população a aproveitar fendas em rochas e acidentes no relevo para armazenar a água das chuvas.
Criado em 2001, o prêmio conta com a parceria da Petrobras e o apoio institucional da Unesco e da KPMG Auditores Independentes. Realizada a cada dois anos, a premiação certifica tecnologias sociais selecionadas segundo critérios de reaplicabilidade, efetividade da transformação social e interação com a comunidade. Das 114 experiências certificadas, foram escolhidas 24 finalistas, de acordo com critérios de mérito, efetividade e resultado alcançado. A cerimônia de premiação está marcada para o dia 24 deste mês, quando oito vencedores receberão R$ 50 mil cada.
O projeto finalista da Paraíba é o “Tanques em Redes”, uma experiência de sucesso realizada em Teixeira, município ocalizado a 340 Km de João Pessoa. Segundo os idealizadores da iniciativa, técnicas rudimentares de aquecer e resfriar as rochas com água para provocar rachaduras já eram utilizadas na região, mas o tempo para que a fenda se tornasse grande o bastante para armazenar água para toda a comunidade era longo.
Em 2003, porém, o Centro de Educação Popular e Formação Social desenvolveu uma técnica de limpeza em fendas, reduzindo o tempo de abertura de tanques e possibilitando o armazenamento de uma quantidade maior de água das chuvas.
Para José Dias, responsável pelo projeto, o aproveitamento dos recursos naturais sem prejudicar o meio ambiente e a nova forma da população de lidar com a escassez de água são as principais conquistas da iniciativa.
Atualmente, já são 22 tanques em lajedos de pedra que, juntos, armazenam mais de 2 milhões de litros de água. Cerca de 400 famílias são beneficiadas diretamente e promovem capacitações para o uso racional da água. As famílias organizam, ainda, o Fundo Rotativo Solidário, que reúne contribuições para a construção de novos tanques, principalmente, em agrupamentos distantes dos centros como Cacimbas e Matureia.
Capacitações ensinam como reconhecer as rochas e as características de cada solo, possibilitando a agricultura familiar. Desde sua criação em 2003, oito oficinas foram realizadas com a participação de agricultores e lideranças comunitárias e mais de 500 moradores estiveram envolvidos nas ações.
(Com informações da assessoria de imprensa)
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