sábado, 13 de fevereiro de 2010

O sexo não é muito importante para mim

A frase acima é da ex-modelo somali Waris Dirie, que sofreu mutilação genital na infância e está no Brasil para divulgar o filme “Flor do Deserto”, sua autobiografia.
Em 1996, Waris se tornou símbolo da luta contra a cruel tradição africana de mutilar os genitais de meninas e mulheres.

Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 3 milhões de meninas passem pela circuncisão feminina, não só na África, mas também em alguns países árabes, em comunidades de imigrantes da Europa e (pasmem!) nos Estados Unidos.

“As coisas estão melhorando, mas não é o suficiente. O que me deixa doente é que os políticos do mundo não levam a questão a sério porque, no fim das contas, é um ‘problema de mulher’, algo relacionado à vagina. Muitos argumentam dizendo que ‘isso é religião’ ou ‘é a cultura dos outros’, quando na verdade é um crime. Especialmente quando ocorre com garotas pequenas que não podem se defender”, argumentou Waris Dirie, em entrevista à revista Marie Claire (www.marieclaire.globo. com).

O tema da mutilação genital também é abordado no livro Infiel, de Ayaan Hirsi Ali. Ayaan nasceu na Somália e, aos 5 anos, junto com a irmã de 4 anos, sofreu a infibulação do clitóris numa cerimônia organizada pela avó, apesar da oposição do pai a esta prática.

MAIS CRUEL AINDA
Segundo a Wikipédia, também chamada de excisão faraônica, a infibulação é considerada a pior de todas, pois, após a amputação do clitóris e dos pequenos lábios, os grandes lábios são seccionados, aproximados e suturados com espinhos de acácia, sendo deixada uma minúscula abertura necessária ao escoamento da urina e da menstruação. Esse orifício é mantido aberto por um filete de madeira, que é, em geral, um palito de fósforo. As pernas devem ficar amarradas durante várias semanas até a total cicatrização.Assim, a vulva desaparece sendo substituída por uma dura cicatriz.

Por ocasião do casamento a mulher será “aberta” pelo marido ou por uma “matrona”, mulheres mais experientes designadas a isso. Mais tarde, quando se tem o primeiro filho, essa abertura é aumentada. Algumas vezes, após cada parto, a mulher é novamente infibulada.

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