João Gomes de Andrade Neto é um amigo que acompanha as mensagens do Consciência Agora e também está preocupado em tornar este mundo melhor. Abaixo, confira um texto que ele me enviou, para publicação no blog, e que mostra como podemos fazer o diferencial no dia-a-dia. Se você tambem tem uma história bacana para contar, entre em contato pelo angelicallucio@gmail.com
TRABALHO QUE RENDE FELICIDADE
(João Gomes de Andrade Neto)
Muito, mas muito trabalho mesmo para conseguir montar uma escolinha de alfabetização num velho casebre de telhas quebradas e paredes sujas, de cerca de 30m² que estava para ser destruído dentro da empresa que participo. Após isto, fazer com que passassem quatro dias por semana, duas horas e meia por dia dentro de sala prestando atenção em quadros e em uma professora, tendo a maioria nunca pisado numa escola, e alguns já acima dos 60, isso depois de oito horas de trabalho físico.
Ontem, quase um ano de aulas depois, já melhor pintada, um telhado modesto, porém novo e com cadeiras doadas pelo Sesi, organizamos uma festinha simples para comemorar o aniversário das pessoas que completavam novo ano nesses meses de setembro e outubro. Bolo, guaraná, um bolo feito pela professora, salgados e alguns presentes na mesa, quatro eram os aniversariantes.
Lembro que me questionaram antes de chegar à festa, que seria dentro da própria escola:
- Mas bolo, guaraná, salgados, velas e bolas de sopro? Isso me parece uma festa infantil, não parecerá meio bobo demais para estas pessoas que trabalham tão duro?
Fiquei com aquilo na cabeça, até a hora em que seu Severino, um senhor sempre sorridente, de uma humildade que desconheço em muita gente, em sua passagem para os 64 anos, já bisavô e pela primeira vez em sua vida aprendendo a ler, notavelmente emocionado, diz que é a primeira vez que tem uma festa de aniversário.
Não lembrava de ter ganho presentes ou mesmo um "parabéns para você" em toda sua jornada de vida. Notável em sua face, cada momento daquela comemoração parecia estar sendo degustada como um momento mágico nunca antes sentido, cada minuto singularmente aproveitado.
Não consigo demonstrar aqui em palavras a tamanha felicidade que percebi e senti no momento em que vimos a expressão de uma criança na face daquele senhor, que compartilhara aquele momento com seus amigos de alfabetização...
Compartilho com vocês na esperança de que possamos fazer melhor o dia das pessoas que estão próximas, na escola, no trabalho, na rua. Não há limites para a proporcionalidade entre a simplicidade do gesto e a imensidão da gratidão. Qualquer trabalho transforma-se em nada perto da alegria de presenciar uma cena destas.
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